O dimensionamento de ventiladores de mina é o processo de definir, com base técnica, qual o equipamento capaz de garantir o caudal e a pressão necessários para manter a ventilação subterrânea segura e operacional. Um dimensionamento correto assegura que o sistema consegue fornecer ar fresco, diluir contaminantes e remover calor e humidade, evitando zonas subventiladas e reduzindo consumos energéticos ao longo do tempo. Este trabalho deve considerar o estado atual da mina e a evolução prevista do circuito.
O ponto de partida é a necessidade de caudal por zona e a distribuição desejada no circuito. A partir daí, avalia-se a resistência da rede, incluindo atrito em galerias, perdas em curvas, transições, portas, reguladores e, quando aplicável, condutas de ventilação auxiliar. A resistência não é estática: com o avanço das frentes, aumenta o comprimento de trajetos, surgem novos ramais e modificam-se secções. Por isso, o dimensionamento deve incluir margens e cenários de operação, garantindo que o ventilador mantém desempenho adequado em diferentes estados da rede.
O passo seguinte é cruzar a curva de desempenho do ventilador com o comportamento da rede, procurando um ponto de funcionamento estável e eficiente. É importante evitar escolhas que empurrem o ventilador para regimes de instabilidade, onde o caudal oscila e a eficiência cai. A seleção deve considerar rendimento no ponto de trabalho, potência necessária, robustez do rotor, qualidade de balanceamento e adequação dos materiais ao ambiente mineiro, que pode ser abrasivo, húmido e, por vezes, corrosivo.
O dimensionamento também deve integrar aspetos operacionais: acessibilidade para inspeção, facilidade de manutenção, possibilidade de redundância e instrumentação para monitorização de condição. Sistemas de medição de pressão e caudal ajudam a validar o desempenho e a detetar desvios. Quando existe controlo de velocidade, o dimensionamento pode prever uma faixa de operação, aumentando flexibilidade e permitindo ajustar o ponto de funcionamento conforme a mina evolui.
Por fim, um dimensionamento padronizado deve ser acompanhado de verificação em campo e revisão periódica. Ao comparar medições reais com valores de referência, a mina identifica perdas evitáveis, fugas e alterações de rede que exigem correção. Assim, o dimensionamento deixa de ser um ato isolado e torna-se parte de um ciclo contínuo de melhoria da ventilação mineira.