A curva do ventilador é a representação do desempenho do ventilador, mostrando como a pressão gerada varia em função da vazão de ar. Em projetos de ventilação de mina, a curva é a base para selecionar ventiladores principais, auxiliares e de reforço, pois permite verificar se o equipamento consegue entregar a vazão necessária com a pressão exigida pelo circuito, além de indicar faixas de operação mais eficientes.
Em termos práticos, a curva ajuda a identificar o ponto de operação, que é a condição real em que o ventilador irá trabalhar quando conectado ao sistema. Esse ponto não depende apenas do ventilador; ele é determinado pela interação com a resistência do circuito de ventilação. Por isso, analisar a curva isoladamente não é suficiente: é necessário considerar também a curva de resistência do sistema para entender onde ocorrerá o equilíbrio entre pressão e vazão.
Outro aspecto relevante é a eficiência. Ventiladores possuem faixas de melhor rendimento, e operar muito distante dessa região pode elevar consumo de energia, aumentar aquecimento e reduzir estabilidade. Em operação contínua de mineração, recomenda-se selecionar ventiladores que trabalhem próximos ao ponto de melhor eficiência, com margem para variações de resistência ao longo do tempo, já que o desenvolvimento da mina altera o circuito.
Quando há controle de velocidade, o ajuste por inversor de frequência permite deslocar a curva para adaptar a vazão e a pressão às necessidades do momento, mantendo o sistema mais estável e econômico. A interpretação correta da curva também orienta decisões de manutenção e diagnóstico, como queda de desempenho por acúmulo de poeira, danos no rotor ou problemas de vedação no sistema.
Com o uso adequado da curva do ventilador, o projeto e a operação de ventilação subterrânea ganham previsibilidade, eficiência energética e maior segurança, alinhando o equipamento às condições reais do sistema de mineração.